|
|||||
Receita tem dono e direito autoral?
10 de setembro de 2014| 21h11| Sem Comentários| Por Jose Orenstein Quem é o dono da receita de pudim de leite? Ou da coxinha? Da feijoada? Para a Justiça brasileira, receitas clássicas não têm propriedade intelectual. Mas a Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo, quer garantir a cozinheiros a autoria de suas criações.No mês passado, a entidade lançou o Regga, serviço de registro de receitas e produtos gastronômicos. Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP, advogado e empresário do setor, foi quem criou o serviço. “Existem vários órgãos que registram livros, marcas, remédios. Mas nenhum que registre receitas. Isso se deve a uma questão cultural: cozinha nunca foi considerado algo de prestígio, uma arte”, diz Percival. “(A receita) é, no mínimo, uma obra autoral, envolve criação, talento e esforço.”Imitados. Estes são originais: dadinho de tapioca do Mocotó e suflê de goiabada do Carlota, mas há cópias em toda parte. FOTOS: Divulgação A Abrasel-SP diz que já recebeu os primeiros pedidos de registro de receitas. O x-picanha, da rede Big X-Picanha, é uma delas. “Já enviei os documentos e dados. Fui o primeiro louco a moer picanha, na década de 1980, e fazer hambúrguer. Depois todo mundo copiou”, afirma Ezupério Silva, o Zupa, dono da rede de restaurantes fast food e conselheiro daAbrasel-SP. Ele garante que não pediu o registro para contestar na Justiça quem copie a receita. “Não compensa. É mais para o ego mesmo. Ao menos quando falarem dessa receita vai constar meu nome”, diz Zupa. O petisco doidera alemã, do bar Amigo Leal, em São Paulo (joelho de porco com repolho e maçã verde sobre Doritos), foi o primeiro a ser registrado. “Entreguei papéis, fotos. Mas não paguei, sou associado há muitos anos da Abrasel”, diz Leonardo Ramos, dono do bar. O registro de receita para reivindicação de direitos autorais em disputas comerciais é um dos pilares da ideia da Abrasel-SP. Mas também o registro histórico é um dos argumentos para convencer cozinheiros a patentear criações. “Além de ser uma segurança jurídica, funciona como arquivo”, diz Percival. Para ter uma receita cadastrado no Regga, é preciso pagar R$ 480 e depois R$ 220 para a manutenção do registro por cinco anos. Deve-se enviar também documento com ficha técnica da receita, currículo do autor, fotos, modo de preparo – assinado e datado em quatro vias. Uma vez recebida a documentação a Abrasel avalia o pedido, consultando seus membros e associações setoriais, e o torna público para contestação de autoria. Se ninguém se manifestar em 30 dias, o registro é feito. “Quando criei o regulamento, até pensei se não estaria burocratizando um processo criativo comum. Mas acho que não, o serviço é simples e atende a um interesse que percebia entre quem trabalha com gastronomia”, diz Percival. Registrado. O petisco doidera alemã, do bar Amigo Leal: primeira receita com regristro da Abrasel-SP |
Assunto: Receita tem dono e direito autoral?
Prezados
Abaixo seguem reportagens sobre o REGGA, novo serviço da ABRASEL SP que permitirá registro de produtos e serviços criados na atividade de bares e restaurantes, preservando direitos do autor, história, contando evolução da gastronomia e etc.
Associados da ABRASEL SP terão desconto de 50% nos valores para registro, o que dá trabalho e exige responsabilidade.
Consultas pelo telefone 11 3663 – 6391.
Percival Maricato
Presidente Abrasel SP
About the Author: Jorge Eugenio Monti de Valsassina
Leave A Response